sábado, 17 de outubro de 2009

O "eterno retorno" da Didáctica (Notas de uma comunicação ao Colóquio de Didáctica de 2007 - Universidade dos Açores"

O "eterno retorno" da Didáctica

Defeitos do professor


Enquanto alinhava algumas palavras em tópicos que entendia apresentar neste Colóquio devo confessar-vos, cansado da leccionação dos últimos dias, adormeci. E enquanto adormecia, senti do profundo de mim, que não controlo e que parece dispor de vida própria o emergir de um cenário de sonho.

Fora, subitamente transportado para o futuro. Entendera-o pela fisionomia das novas casas em Ponta Delgada, pelo trânsito diferente das ruas, pelos rostos destes adultos, muito dos quais conhecera em crianças, mas que haviam modificando, ainda que traídos por expressões do olhar, por traços do rosto em que teimavam permanecer marcas de conhecimento da infância longínqua através dos quais eu os reconhecia. Eu, encontrava-mno no futuro aí estando, sem lá estar. O que me trazia a vantagem que sempre suspeitei naqueles pequenos insectos que ninguém vê, mas que podem estar em qualquer lado. E daí tudo verem. É, afinal, uma espécie de dejá vue. Um filme que decorre sob os nossos olhos. Sem que nele participemos ou possamos intervir. Apesar de, por vezes, adivinharmos certos desenvolvimentos. Dejá vue. Mas estou no futuro.

No futuro…

Percebeu-se que a Didáctica não se pode desligar do professor que a usa. Percebeu-se, após aturados e exaustivos estudos, que não há didáctica que resista às frustrações do ser humano. Passou a não se esquecer o carácter auto-biográfico da aula. Antes de se fazer um qualquer retrato psicológico do aluno (tantas vezes apressado), procedeu-se, com carácter obrigatório, a um auto-retrato do professor. Através de um espelho interactivo, uma maravilha tecnológica dos tempos vindouros, em que o reflexo do professor-paciente em análise era acompanhado e assistido por vozes e melodias que lhe emanavam por trás.

Espanto. Descobre que a moralidade é, muitas vezes, uma arma de arremesso que perde muita da sua força para, logo morrer à partida, sempre que lhe é lembrada a imoralidade própria.

Um outro doente em análise, descobre que o seu sistema axiológico resume-se, numa única palavra, no vale-tudo. Claro que de preferência, sem que se saiba quem promoveu a denúncia, deturpou. Mas os golpes de rins quebram as costas. Deixam-no, muitas vezes, parado. Temeroso. Sobretudo perante aquilo que verdadeiramente teme nos outros. Que sejam iguais a ele. Da mesma e soez escola metodológica. Do alfobre mal-formado que o gerou.

A inovadora máquina recebe outro paciente-professor. Fica-se olhando a imagem no espelho. O espelho está habituado a lidar com gente como ele. Percebe-o. O problema deste colega reside no seu ódio aos títulos académicos. Não porque deixe de fazer valer sobre os humildes a força do que ostenta. Antes pela forma como o conseguiu. Antes pela enorme farsa que se vê penosamente obrigado a representar todos os dias. A incompetência pesa toneladas. Gera, por isso, ódio aos que fazem uma carreira académica. Aquela coisa tão inacessível para ele. Ameaçadora. Apenas porque existe.

Apenas porque há livros que se publicam, trabalhos que se constroem, conhecimentos que se transmitem, ciências que se divulgam. Tudo seria diferente se as fotocopiadoras não fotocopiassem, apenas. Mas retivessem igualmente os conhecimentos. Tal máquina ainda não foi inventada.

Se tudo fossem apenas “didátismos de um qualquer manual que não fosse necessário aplicar. Afinal ele só quer viver. Com esta benesse que lhe foi um dia outorgada, mudando-lhe a vida e transformando a sua existência. Uma admissão no Instituto chamado “Educação” para que nunca estaria, se houvesse justiça no mundo, habilitado.

Lá está uma outra colega. Chegou a vez de olhar para o espelho.

É conhecida como “a exigente”. Disciplinadora. Mas não se enganem. Esta disciplinadora é muito elástica. Tenta arranjos com a fatalidade própria dos planos de bruxa a que recorre. Julga captar com a magia, por que é facilmente dominada, as vidas e intenções dos outros. Sonha, senão manipulá-los, anulá-los.

Finalmente, uma outra. Abatida.

Esta não gosta de concursos públicos, (o que, apesar de algumas mudanças, aineda é uma característica quase que universal da função docente. Que cimentou a unidade e coesão da profissão como bem provou António Nóvoa, em diversas publicações.

Porque a sua vida foi uma dádiva de favores, alia-se a quem julgar poder um dia prestar-lhos. E a vingança que aprecia, não a contém, sempre que para tal lhe é dada oportunidade. Aí brilha de contentamento, cautelosamente refugiada na toca. Aprendeu a afastar-se para não se sujar. Contenta-se em silêncio.

A última cliente tem uma história curta, como a sua carreira. Não conseguiu olhar o espelho Sofre do conhecido complexo do “placard”, que consiste em não conseguir enfrentar nenhum quadro, com ou sem papéis. É uma doença do foro burocrático.

Mas as coisas mudaram agora,

No futuro…

Sempre que se reflecte sobre o sistema de ensino, levantam-se ainda muitas dúvidas, analisam-se muitos problemas, tratam-se muitos aspectos de natureza pedagógica, quantas vezes, até, inventam-se histórias. Mas, complementarmente, sempre se estuda esse estranho e vasto fenómeno que era, no passado, o do «mercado das explicações».

Lembra-se esse vigoroso testemunho vivo das razões de Adam Smith que se encontrava por detrás de muitas guerras entre explicadores, de muitas notas em recursos de protesto nos finais de ano, de infinitas maledicências sem escrúpulo de quem programava rendimentos certos à custa das deficiências do sistema.

E que sistema de ensino era esse, afinal, que atirava muitos dos seus alunos para o mais desigual mercado, para esse supremo aferidor da mais básica diferenciação económica que era o recurso aos explicadores - tornado obrigatório à força do hábito, do comodismo, da incerteza. É que as “aulas” extra não saiam baratas. Tanto mais que é bem diferente a possibilidade das carteiras que as suportam.

O que estava em causa, afinal, mais não era que o facto de, nos programas ministeriais, as matérias não terem sido apreendidas, de forma a ser considerado normal o recurso aos expedientes, tributados ou não, que alimentavam os orçamentos invisiveis, positivos, para uns, negativos, para outros.

É que agora, no futuro…

Pensavam-se estes assuntos. Sem demagogias.

Percebia-se porque a escola pública empurrou, mesmo alunos muito bons, de inquestionáveis capacidades, oriundos de famílias de satisfatórias condições económicas, no sentido de enfrentar, ao longo do seu percurso escolar, o derradeiro momento em que se lhes coloca o dilema: não será melhor ter umas explicações?

E é difícil, mesmo no futuro, encontrar as causas do fenómeno: Extraordinária complexidade das matérias leccionadas? Prevenção para as dificuldades previstas nas futuras aulas plenárias de certas universidades? Dificuldades “pós-positivas”? Angústias ante universitárias? Modas depressivo-tranquilizadoras? Ou casos para que se não encontram... explicações?

No futuro…

Seja como for, moderar o mercado das explicações não pôde deixar de tornar-se uma obrigação. Sob pena de deixar cair, definitiva e inapelavelmente, em farsa total, os rudimentos dessa outra farsa parcial que se chamava «ensino democrático», pelo menos se se quiser entendê-lo enquanto igualdade de circunstâncias, oportunidades. Uma espécie de um qualquer neo-liberalismo dinâmico, até teoricamente belo, mas só aplicável aos que dispuseram de dinheiro, comida, dignidade, protecção e muitos requisitos que artificialmente lhes foram proporcionados e sem os quais, com imensa probabilidade, se encontrariam na mais longínqua cauda dos deserdados da sorte, fortuna, selecção não natural ou lá o que lhe queiram chamar.

Paradoxalmente, chegou-se à conclusão que quanto piores fossem as notas de uma dada disciplina, maiores as possibilidades de mercado abertas. Quanto menos o aluno entender na aula propriamente dita, melhores e maiores as possibilidades de lho explicar depois. Poderemos argumentar com a falta de bases, os conteúdos que deveriam já estar apreendidos e não o estão, as matérias que não permitem que se leccionem outras matérias, etc., etc..

Por mais que se fale na responsabilidade das famílias, muitos pais não estavam, e muitos deles fatalmente jamais estariam, em condições de contribuir para colmatar certas deficiências que os seus educandos iam revelando. Existiam diferenças culturais, necessidades de trabalho, dificuldades da vida. Mas o recurso, absolutamente legítimo, à explicação, apenas pode ser entendido num contexto que não tenha a ver com a própria impossibilidade programática ou programada de não entender conteúdos que, em condições de normalidade, deveriam ser entendidos. E defino, sem a querer definir, “normalidade”: como o estado que admite diferenças de ritmo, alunos que trabalham e outros que o não fazem, empatias, aptidões e eteceteras, que baseiam, nas justiças possíveis, isso a que se chama “avaliação”.

Tudo isto, claro, explicado sem demagogias. Serenamente.

No Futuro…

Estudos de vanguarda chegaram à conclusão que, por aqule andar, numa estrita mas racional lógica de mercado, mais valera (valência traduzida em correspondente tabela de preços) ao bom profissional de ensino aplicar o empenho de todo o seu esforço e formação, o seu conhecimento quanto ao funcionamento dos conselhos de turma, toda a sua habilidade na exploração das fraquezas do sistema, nessa nobre tarefa que consistia na instrução de processos de recurso de notas, no final de cada terceiro final período. A preços módicos. Em promoção.

Bem vistas as coisas, e numa perspectiva de eficácia empresarial, estaremos perante uma actividade incomparavelmente mais rentável do que a tradicional e inglória tarefa a que se dedicavam os docentes do período pré-internet e que consistia em leccionar as matérias - nesses arqueológicos locais chamados salas de aula - com alunos e problemas, num esforço, logo à partida inútil, para fazer compreender o incompreensível. Explicações do inexplicável.

No Futuro…

Mesmo que venhamos assentando que a Didáctica, efectivamente, teima em não morrer, apesar de todas as burocratizações do professor; das tentativas em transformar os docentes em seres animados de movimento para lado nenhum porque sem tempo para parar, ao menos para pensar; de uma classe dividida em que a tarefa de ensinar parece a mais insignificante de todas as funções da escola pública; escola dominada pela vontade tutelar de que, quer a nível local quer a nível mais amplo haver sido eleito como função suprema e compensadora a fuga às aulas que nunca leccionou ou que nunca tenciona leccionar, apesar de eventuais declarações de amor ou mesmo paixões que, como destas são características, se plasmam essencialmente numa intermitência da razão.

No Futuro…

Serão analisados antigos documentos como “O Decreto Legislativo Regional 18/2007/A” que “determina que os livros escolares cedidos no início do ano lectivo, aos alunos carenciados, devem ser recolhidos no final, como forma de serem destinados aos alunos dos anos seguintes.” Vários indivíduos e organizações partidárias se referiram a este aspecto. Sempre de forma insuficiente. Trata-se da questão do respeito pelos livros que pode ser transposta para o respeito pela própria cultura. Que lugar resta ao livro como instrumento de trabalho, pessoal, único exemplar da espécie em muitas casas de famílias portuguesas? Que é feito dos “prazeres simples” a que se refere Steiner, inscrevendo-lhes e destacando-lhes a leitura e que são, cada vez mais apanágio de uma nove e curta elite?

Mas…No Futuro…

Passou a importar, de igual modo, separar o trigo do joio. Desfazer as confusões e falsas questões, ainda que apresentadas sob a capa de um marketing mais ou menos elaborado. Os críticos das actividades docentes, inimigos das ideias de Didáctica e analistas das actividades lectivas (incluindo os que dizem em programas públicos de opinião “que no seu tempo é que era bom”, que os professores devem fazer isto ou aquilo, etc., etc, passaram a integrar um grupo de convidados que percorrem as escolas derramando o seu saber e técnica junto de professores e alunos e explicando, na prática, o que fazer, como fazer e como melhorar as aulas nas suas diversas dimensões. Para o efeito, e para compensar perdas por participação em programas de opinião de televisões, rádios, jornais e imagem junto das pessoas, do público, o Ministério paga agora aos melhores, mais mediáticos e, se possível, aos que levantaram, genuinamente, temas de discussão e reflexão importantes que ajudam os professores a melhorar as suas práticas. A qualidade e excelência merece prémio.

No futuro…

A Didáctica não só sobreviveu, como reafirmou a sua universal vocação cumprindo o seu papel, em cada aula, ao serviço de cada disciplina não se refugiando em demagogia e folclores propagandísticos. Como resultado, mesmo que incompleto, a grande maioria dos alunos cumpriu e justificou os. desígnios da escola pública e tornou vulgares os objectivos da “instrução” que há pelo menos dois séculos se procuravam – ler, escrever, contar. E desse modo se cumpria a democracia em educação que aguardava há igual período. Ler, escrever, contar. E com estas armas, os alunos poderiam finalmente habilitar-se a “ler os mecanismos do mundo”. Nenhum professor se confundiu, então, com o uso indevido ou abusivo de conceitos como “educação”, “instrução”, “trabalho”, “equidade”.

As tutelas não se consideram inimigas dos professores e estes daquelas. Porque se respeitam mutuamente. Conhecem as suas dificuldades. Exigem-lhes uma grande preparação didáctica e não acham que os melhores professores devam ser domesticados e colocados em órgãos de gestão, sobretudo eles, que são os melhores. Pelo contrário obrigálos-ão, também, a leccionar, ainda que com redução de horário e a submeterem-se, com gosto, a aulas assistidas pelos colegas da instituição que gerem, porque nos orgãos de gestão de uma escola, apenas os melhores tês lugar.

A aula tornou-se “rainha”. Quem dela não gostava passou a integrar um quadro especial que lhe procurava, longe do ensino, outras ocupações úteis à sociedade, com uma única ressalva: está proibido, em tal caso, de escrever livros sobre questões pedagógicas ou afins.

No Futuro…

As escolas dispõem, finalmente, de computadores que permitiam um acesso real a todos os alunos e professores. Mas o seu software educativo não contêm erros, mais ou menos grosseiros, porque se percebeu que a educação é um assunto sério e os novos gurus das tecnologias, quase tão novas como eles, lembram que as máquinas não eliminam os problemas que consistem no pouco cuidado e incompetência revelados em certos programas. Pelo que era importante saber que novos produtos se introduziam na Escola.

No futuro…

A escola e a sociedade acordou inviabilizar a ocorrência de tristes cenários do passado, em que movimentações estranhas se verificavam nas traseiras, ou dianteiras, de escolas, novas e antigas. Todos haviam decidido intrometer-se, participar, na qualidade do ambiente que envolvia a escola dos seus filhos, alunos, jovens. Ajudando autoridades. Impondo uma autoridade de quem afinal, pouco se fala, em detrimento daquela outra que é a do professor. Acabou a cretinice balofa de quem finge não ver. A cidadania chegou. A modernidade instalou-se entre nós. Mas pelos melhores motivos. E temos, finalmente, escola segura.

No futuro…

Parecebeu-se, finalmente, que a diversidade das línguas levanta problemas mas que a morte de uma qualquer língua representa um empobrecimento de todos. Tal como a extinção de uma espécie animal. Enquanto medrava o novo esperanto anglo-americano foram-se encontrando palavras do português, afinal desenterradas de um passado recente, que podiam, com vantagem, ocupar o lugar das ciências ditas de ponta, como o “politiquês”, o “economês”, o “futebolês” e outros “quês”. Foi com enorme surpresa que se encontraram termos como orçamento, para “budget”, treinador, para “mister” e nas últimas grandes descobertas linguísticas descobriram-se, também, termos equivalentes para “carjacking”, “homejacking”, “housejacking”, ou “bulling”.

No Futuro…

Especialistas da “psique” tranquilizaram as multidões de novos pais que se alarmavam por o seu filho não sair do quarto durante horas, não telefonar aos amigos para sair ao fim-de-semana, poder estar imerso nesse fatal defeito que é o aborrecimento. Quando já os pais pensavam que o menino era anti-social, se isolava, “seria solitário”? potencialmente doente de tédio? Concluíam os técnicos, afinal, que se encontrava a tal criança, sossegada, calma, a ler no seu quarto.

Os mesmos técnicos explicaram que uma das grandes conquistas dos últimos anos fora a rebilitação de um conceito, antigo, mas que ele estivera em extinção. Tornara-se apanágio de uma elite privilegiada e vinha-se, agora, tentando democratizá-lo, dificilmente, mas com alguns resultados. Referimo-nos ao conceito de “Silêncio”.

No futuro…

Para que nunca mais se pudesse encarar a morte da Didáctica, optou-se por precavê-la dos seus inimigos. Os que vivem dela, sem saber do que vivem. Os oportunistas. Os que procuraram despojá-la dos conteúdos que as tornam significativas. Os que não percebiam, propositadamente, que a esvaziavam ao desligá-la das áreas que deveriam servir, como se fosse uma mera varinha de condão mas despojada de qualquer magia. Os que nunca mencionavam que muitos problemas disciplinares, daqueles que se passam em salas de aulas, com alunos e problemas estavam, muitas vezes, relacionados com inaptidões didácticas. Com aqueles erros evitáveis, que geram indisciplinas. Por vezes tanto, e do mesmo modo, que os problemas da vida, os pais desempregados, as dificuldades materiais, os professores que odeiam as matérias, e os discursos sem nexo dos que vivem de todas as disfunções que as sociedades vão causando. Apesar de se recusarem a encarar esses problemas de frente.

Os professores passaram a detestar, definitivamente, as palavras vazias e recusaram-se a transmitir miragens. Acolhiam, com bons olhos, as actividades de formação (no passado chamavam-se “acções”) mas eram exigentes relativamente aos formadores e pediam-lhes esclarecimentos sobre certas ideias e sua aplicação prática.

No futuro…

Percebeu-se, finalmente, que a Internet é um poderoso instrumento a usar, como qualquer outro, com os cuidados devidos a cada nível etário dos alunos. Repito, com o nível etário dos alunos. Pelo que o seu uso pode carecer de acompanhamento. Pelo que o seu uso aumenta as responsabilidades dos órgãos de gestão da escola. E não se resolve, simplesmente, pela colocação de uns quaisquer filtros que, em última análise invalidam o acesso a todo e qualquer site, (também se vulgarizou a palavra sítio. E assim lá se foi explicando a alguns espíritos iluminados, que não aproveitar as potencialidades de uma ferramenta como essa pode não ser a solução, apesar de ela, a tal ferramenta, não existir no tempo deles, mau-grado o populismo cego de certas decisões.

No futuro…

Os professores reunir-se-ão, correntemente, em encontros certificados pela tutela, onde trocarão experiências, com colegas dos vários níveis de ensino, sobre as “Cruzadas civilizadoras de outros tempos do nosso país” que ajudam a iluminar os percursos da educação entre nós; falarão de como a “Didáctica” e as preocupações didácticas os acompanharam nas suas carreiras, ilustrando as palavras com exemplos experimentados; Cruzar-se-ão experiências quanto aos “desafios da tecnologia no ensino das várias disciplinas” ou a sua “importância na diversificação de estratégias”; reflectirão sobre o que significa ensinar a sua disciplina no seu tempo; ou “Como o Ensino é um seu testemunho de Vida” “Discutirão a importância da Didáctica no ensino das suas disciplinas”; questionarão o como seriam as coisas se não houvesse Didáctica? e é de crer que debaterão a importância, para qualquer professor que se preze, da criatividade no ensino da História” e, desse modo, concluirão, naturalmente, que a “Didáctica, ficara longe de morrer”, antes por essa via, transporta a capacidade infinita de regeneração e sobrevivência, que a leva a renascer das cinzas de cada nova fogueira inquisitorial.

No futuro…

Perceber-se-á, como já alguns suspeitavam, que não há professos, se não há Didáctica. Porque os homens não dispensam instrumentos importantes para a vida e evolução das comunidades. Porque ela é natural quando se pretende veicular o conhecimento.

No futuro…

Os Homens e Mulheres decidiram combater todas as formas de alienação e mentira. Dedicavam-se, finalmente à causa pública que, como a escola, instruindo, educando, formando, mereceu finalmente o apoio sério de todos.

Ou Não!

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